14 novembre 2018

Cosmogonie – Narlan Matos

opera di Victor Vasarely
Cosmogonie – Narlan Matos

Tra questi due numeretti cardinali
Stanno infiniti numeri
L’intero sistema solare... più io
I libri allineati, uno dopo l’altro
Sugli scaffali lunghi di questa biblioteca
Sembrano comporre un altro libro, su un
Altro piano, in altre sfumature

In tutto c’è un passaggio che dà
su qualcos’altro

cosa dentro cosa
fondo senza fondo

Il mio gatto mi si avvicina, leggero
Come un gatto
mi lecca le gambe
Con uno sguardo blu felino mi indaga

Milioni di universi si incastrano
Negli spazi lasciati da altri
E formano immagini
E formano miraggi

E formano strani linguaggi
Come la lingua dei Bulgari che terrorizzavano
L’Europa secoli e secoli fa
Osservando queste formichine qui
Camminare lente sul ramo del pesco
Dirigersi cieche alla pesca
Che è maturata
Senza chiedermi niente

Mi chiedo quando tutto questo
Ci starà dentro di me.

Trad. Giorgio Mobili

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Cosmogonias

Entre esses dois numerosinhos cardinais
Cabem infinitos números
O sistema solar inteiro ... e mais eu
Os livros enfileirados, um após o outro
Nas prateleiras longas desta biblioteca
Parecem compor um outro livro, num
Outro plano, noutras nuances

Em tudo há uma passagem que vai dar
em outra coisa

coisa dentro de coisa
fundo sem fundo

Meu gato se aproxima de mim, leve
Feito um gato
lambe minhas pernas
Com um olhar felino azul me indaga
Milhões de universos se encaixam
Nos espaços que outros deixam
E formam imagens
E formam miragens

E formam estranhas linguagens
Como a língua dos Búlgaros que aterrorizavam
A Europa há séculos e séculos atrás
Observando estas formiguinhas aqui
Caminhando lentas no galho do Pessegueiro
Indo em direção cega ao pêssego
Que amadureceu
Sem me perguntarem nada

Me pergunto quando é que isso tudo
Vai caber em mim

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